O texto começa lembrando dos debates que ainda existem sobre em qual paradigma a computação deve ser enquadrada: ciência, engenharia ou matemática. Obviamente que isto não impediu a necessária criação dos vários cursos de formação hoje existentes em sub-área particulares. Fiquei com a impressão de que esta definição de paradigmas envolve questões mais políticas e filosóficas, o que permite o andar da carruagem. O autor cita algumas tentativas de unificação das três áreas, buscando a definição de um paradigma próprio da computação sendo estes:
- "Processos da Informação" de meados da década de 1960;
- "Programação: a arte de criar processos da informação" do fim da mesma década (visão de personalidades como Knuth e Dijkstra;
- "Automação de processos da informação" de meados da década de 1970.
Por fim, a distinção mais interessante que o autor traça entre "os motores" da computação, e esta própria, é que os primeiros se posicionam do lado de fora dos universos estudados, ou seja, como observadores. Já a computação é mais insider no sentido de "representar os processos da informação como expressões que 'realizam trabalho'", ou seja, não apenas representam algo para o observador, mas também são geradoras de ações, que podem inclusive ser auto-referenciáveis. Estas duas características abrem um leque de possibilidades poderoso, como é o caso dos estudos sobre a computabilidade (e.g. problema da parada) baseados em muita matemática de personagens como Turing e Gödel.
Confesso que não procurei pensar além dos conceitos do autor, apenas adicionei pitadas de coisas que já tenho na cabeça. Talvez o leitor possa comentar e ajudar a expandir os meus horizontes.
Abraços.
PS.: O mais interessante foi que acabei de ler hoje mesmo o livro "Um louco sonha a Máquina Universal - Janne Levin - Companhia das Letras", sobre o qual prometo lincar depois meus comentários.